domingo, outubro 07, 2012

CELEBRAÇÃO 1 a 4 de Novembro 2012, CULTURGEST, Lisboa




CELEBRAÇÃO é uma festa de dança e performance, desenhada por artistas que residem, circulam, se encontram e trabalham em Lisboa.
CELEBRAÇÃO propõe, durante 4 dias, espetáculos, conversas e uma festa que ocupa a Culturgest, e cria uma janela experimental para modos de pensar e agir, agora e em conjunto.
CELEBRAÇÃO é um programa produzido por artistas que se interessam em criar espaços de convergência onde o encontro e a ação criem princípios de comunidade e relações artísticas mais próximas e profundas.
CELEBRAÇÃO não é uma cartografia da Dança e Performance que se faz em Lisboa, nem um retrato de geração ou de um grupo de artistas enquanto jovens. CELEBRAÇÃO é antes, um convite a olhar um recorte da diferença e multiplicidade de quem insiste em trabalhar aqui e agora e em tentar junto uma ideia.
CELEBRAÇÃO é aqui este tempo e é agora este espaço que apresenta vários mundos artísticos em diferentes momentos da sua experimentação, consolidação e existência.
CELEBRAÇÃO é um convite a participar num encontro múltiplo de presenças.
Um encontro com o outro, um encontro com o público, um encontro marcado com Lisboa desenhado num movimento onde se cruzam afinidades, se estabelecem princípios de experimentação conjunta e se cria um presente que questiona as condições em que existiremos no futuro próximo.
Fazem a CELEBRAÇÃO: Andresa Soares, António Júlio, António Pedro Lopes, Cláudio da Silva, Elizabete Francisca, Gui Garrido, Hermann Heisig, João Calixto, Lígia Soares, Márcia Lança, Marianne Baillot, Nuno Lucas, Pieter Ampe, Rita Natálio, Sofia Dias, Teresa Silva, Vânia Rovisco e Vítor Roriz entre muitos outros. 
Produção executiva Maria João Garcia
Produção ONE LIFE STAND
Coprodução Fundação Caixa Geral de Depósitos– Culturgest
Com o apoio Fundação Calouste Gulbenkian, Goethe Institut-Lisboa, CAMPO (Gent, BE), VAGAR, Máquina Agradável, DemiMonde, alkantara, Bomba Suicida, Conserveira de Lisboa, Grupo Nabeiro-Delta Cafés e Câmara Municipal de Lisboa
Com a parceria Mais Crítica – Seminário de Formação para Críticos de Artes Performativas, desenvolvido por Liliana Coutinho e Rui Pina Coelho, a partir de uma iniciativa conjunta de alkantara, São Luiz Teatro Municipal, Maria Matos Teatro Municipal e Culturgest


PROGRAMA
Os convidados da CELEBRAÇÃO trazem 1800 Pregos, 30 tábuas, 38 sarrafos, compressor, pistola de pregos, 2 turquesas, a energia inesgotável, porém volátil, de rapazes adolescentes, um corpo poroso a ligações espaciais e físicas internas e externas de potenciais (ir)realidades, um agradecimento que provoca uma chuva de legumes, a aproximação do belo homem à bela mulher ao som da Internacional, relações coreográficas mediadas,  uma sensação de falha e problema, um exercício de deslocação ou um teste de sobrevivência a uma ameaça, uma happy hour de rituais antropofágicos, um forte encontro entre humor e monstruosidade e um monólogo a três vozes dirigido por uma maestrina.

Qui 1 de Novembro
Abertura Artistas da CELEBRAÇÃO& Convidados
19h30 · Átrio do Pequeno Auditório· Os artistas da CELEBRAÇÃO & Convidados inventarão em colaboração a escrita, a coreografia e a mise en scène da abertura coletiva desta grande festa.

Morning Sun
Criação e interpretação Márcia Lança & João Calixto
21h · Pequeno Auditório· Morning Sun coloca em cena a construção de espaços em potência, cenários protagonistas onde as ações fazem, quase sempre, o papel secundário. É deixado ao espectador o tempo e o espaço de ler, de criar e completar as histórias que são enunciadas. Neste trabalho, duas pessoas habitam e constroem espaços, objetos e lugares. Traçam esboços de narrativas delineando histórias sem nunca as contar. Morning Sun é um jogo de equilíbrio entre o concreto e o simbólico, um permanente balanço entre a materialidade de uma situação e a sua capacidade evocativa.

Still Standing You
Coreografia e interpretação Pieter Ampe & Gui Garrido
22h30 · Pequeno Auditório· Dois anos após Still Difficult Duet, Pieter Ampe e Gui Garrido encontraram-se de novo no estúdio de dança para criar Still Standing You. Mas por quanto tempo serão capazes de estar juntos e de, sobretudo, suportarem-se um ao outro? Com uma grande intensidade física, analisam os aspetos contraditórios da sua relação: são amigos, rivais, inimigos ou amantes? Sem qualquer tipo de pudor e com uma grande dose de ironia, Ampe e Garrido exploram todas as facetas da sua relação, com uma opulência que faz lembrar a energia inesgotável, porém volátil, de rapazes adolescentes.


Sex 2 de Novembro
Looking Out
Conceito e interpretação Vânia Rovisco
21h · Pequeno Auditório· A minha meta enquanto artista performativa é cruzar as aptidões adquiridas numa década de experiência na dança contemporânea. Utilizo a composição coreográfica para aliá-la às minhas experiências mais recentes em espaços de galerias de arte enquanto criadora de instalações ao vivo (live installation). Looking Out faz parte dum trabalho mais abrangente que parte da ideia da estrutura da trilogia. Lugar onde o corpo, a plasticidade e a imagem se fundirão, realçando ligações espaciais e físicas, tanto internas como externas, de potenciais (ir)realidades.

Measure It In Inches
Um espetáculo de Marianne Baillot & António Pedro Lopes
22h · Pequeno Auditório· Um discurso de agradecimento. Uma cerimónia de gratidão onde a casualidade de agradecer um cigarro a um estranho encontra os Óscares e a euphoria dos prémios desportivos. A gratidão é ritualizada e suspense num recreio de magnificação onde tudo se tenta sempre “mais do que a vida”, ainda que desesperadamente. Andy Warhol disse: “não prestes atenção ao que escrevem sobre ti, apenas mede-o em polegadas”. Imagine-se agora por momentos inverter a régua e converter a medida da aparência na medida da presença. E concentrarmo-nos num OBRIGADO desmedido, incapaz de sair de si próprio e de se completar.


Cabaret Curto & Grosso
23h · Átrio do Pequeno Auditório· Para começar há música e um mestre de cerimónias. Depois, vários artistas são convidados a intervir com números performativos. São peças curtas que urgem do que cada um importa dizer, cantar, dançar, gritar e demarcar num ambiente informal e convivial. A única limitação é a duração máxima de 5 minutos.


Sáb 3 de Novembro
Picnic Conversa Afiada
18h · Átrio do Pequeno Auditório· A ideia para a conversa é criar um momento de reflexão sobre como continuar a ser artista em Portugal e no Mundo. Parece-nos importante que esta reflexão levante propostas reais de como continuar a criar dialogando com a situação presente. Nesse contexto, serão propostos vários jogos e formas de se poder conversar em conjunto.

Nada do que dissemos até agora teve a ver comigo
Direção artística Rita Natálio
Performers António Júlio, Cláudio da Silva e Nuno Lucas
20h30 · Sala 1· Projeto de improvisação dirigido por Rita Natálio para três performers, estreado no Ciclo DOCUMENTE-SE! na Fundação de Serralves em 2009. Usando como ponto de partida um conjunto de testemunhos recolhidos através de entrevistas, encontros e apropriações espontâneas, o resultado final será uma improvisação com o tempo real das histórias de vida – monólogo a três vozes, linha de montagem de ideias ou concerto de experiências faladas do mundo.

A Peça Vermelha
Conceção Lígia Soares
Interpretação aluna da Escola Superior de Dança (a definir)
21h30 · Sala 2 · Se eu quisesse fazer uma peça começava por enunciar que ia fazer uma peça, depois anunciava-me a mim como autora dessa peça. Não lhe dava logo nome e fazia-a de uma só vez sem pensar. Porque pensar atrasa a compreensão das coisas profundas. A profundidade é silenciosa, ou por vezes há música, mas principalmente silenciosa. Uma peça até pode ser profunda se for gostosa e logo depois comida. Senão estraga-se. E o espetáculo? O espetáculo deve ser difícil à partida,mas só como um choque inicial, que acorde os músculos, que acorde a sensibilidade, que desperte a atenção, o olhar, que acorde o pensamento...E depois? Depois: A aproximação do belo homem à bela mulher ao som da Internacional.

Um Espanto não se Espera
Conceção e interpretação Elizabete Francisca & Teresa Silva
22h30 · Pequeno Auditório · Duas figuras com vestes longas semelhantes compõem uma lengalenga de delirious e queixumes intermináveis enquanto reduzem o mundo (o interior do seu corpo) a pó. Os “ais” seguem-nas como genes malditos. Resta-lhes a “distração”, a “happy hour” dos seus rituais antropofágicos de diálogo e jogo para fugir ao aborrecimento da sua própria repetição.


Dom 4 de Novembro
Jogo das Perguntas
15h30 · Sala 1· Um grupo de pessoas está em círculo sentados no chão e no meio desse círculo há um microfone; quem vai ao microfone só pode falar através de perguntas; cada pergunta tem um enunciado relativamente fixo, ou seja, todas as perguntas carregam pelo menos duas informações que se tornam regra; o jogo deverá ter entre 30 a 60 minutos.O Jogo das Perguntas cria um tempo partilhado privilegiado de reflexão, imaginação e escuta uns dos outros.

Uma estadia de 30 min.
Conceção e interpretação Andresa Soares
17h · Pequeno Auditório· Uma estadia em palco com a duração de 30 minutos em que se utiliza mecanismos dramatúrgicos intencionalmente desestabilizadores que serviram à criação da peça Problema Técnico, estreada este ano em Guimarães – CEC 2012, para agora criar uma problemática em redor do tempo concedido  – neste caso 30 minutos.
Não há nada que seja simultaneamente tão unicamente nosso e tão transcendente a qualquer controlo como o tempo - aquele que corre. A sua passagem será constante. Ao tempo previsto subtrai-se aquele que já passou e fica o que resta. Isto se o tempo fosse regular na sua passagem, objectivo, fiável. E é. Mas o tempo traz expectativa, presente, suspense, impaciência. Quando vivido, cai no esquecimento e toma a forma do compasso do coração, da velocidade da respiração, dá espaço a imagens e por isso pára. É massa para composição e espaço para a sugestão.

Arremesso IV
Direção e interpretação Sofia Dias & Vítor Roriz
18h · Sala 2 ·Desde há algum tempo que temos sentido a necessidade de multiplicar as formas de materialização dos nossos projetos. Uma tentativa de prolonger o período de vida do material para além da sua apresentação na black box onde ele encontra uma forma mais ou menos estável. A ideia para esta performance é submeter o material de um dos nossos espetáculos ou mesmo de vários a um outro contexto e perceber de que forma é que ele se adapta e sobrevive. Interessa-nos o lado
imediato desta experiência e a possibilidade de integrar elementos alheios aos espetáculos e suprimir outros que eram tidos como fundamentais.

Pongo Land
Coreografia e performance Nuno Lucas & Hermann Heisig
19h · Pequeno Auditório · Pongo Land é o encontro de dois corpos muito diferentes: os de Nuno Lucas e Hermann Heisig, autores e intérpretes deste trabalho. Em palco exploram as diferenças, as semelhanças e as possíveis ou impossíveis relações entre os seus corpos, provocando um forte encontro entre o humor e a monstruosidade. Eles comparam-se, competem e copiam-se incessantemente, criando um estado de permanente modulação. Pongo Land confronta os limites da normalidade humana e a forma como reagimos ao que nos é estranho e diferente.

Conversa balanço e Auto Publicação
20h · Átrio do Pequeno Auditório · Ao longo dos quatro dias do evento CELEBRAÇÃO, uma Redação em Direto dá corpo à escrita acerca das diversas atividades que estão a acontecer. É também disponibilizado ao público o “computador da crítica” para fomentar o discurso crítico através da escrita de textos sobre todas as atividades apresentadas. O “computador da crítica” expande a possibilidade de escrita de textos pessoais, que escapa à lógica redutora do comentário e privilegia um discurso sustentado pela experiência da fruição de um objeto artístico. Assim temos um conjunto de material escrito por público, artistas, participantes e críticos que será colecionado e processado para culminar no lançamento de uma Auto Publicação que cria uma “narrativa” da CELEBRAÇÃO na perspetiva de quem fez e de quem assistiu.O lançamento desta Auto Publicação será simultaneamente a sua impressão, no momento em que for solicitada pelo leitor. Seguindo a lógica da Impressão sob Demanda, o número de exemplares impressos depende diretamente da procura.


Sex 2, sáb 3 e dom 4 de Novembro
O Ato da Primavera
Instalação performativa Lígia Soares
Sala 3 · Parte da conceção de uma instalação cénica para levar os espectadores/visitantes a executarem várias peças curtas. A sua concretização (de natureza coreográfica ou teatral) estará dependente de uma espécie de interface cénico, criado a partir de um conceito de encenação que permite a encenação direta, sem ensaios e sem prévio conhecimento ou contexto por parte do performer. É um projeto consequente da necessidade de deslocar o espectador do seu papel habitual inspirado em formas de vanguarda artística que sobrelevaram a necessidade de levar as pessoas a refletirem sobre o seu posicionamento perante os outros (sociedade, história e cultura) em relação à própria produção de uma obra como mero interveniente num mercado artístico. O projeto O Ato da Primavera é constituído por três peças curtas concebidas para grupos de visitantes/performers em número diferente: Situação embaraçosa, peça de 8 minutos para 8 pessoas; Não me tirem o sol, peça de 5 minutos para 10 pessoas; Ótimo, não há mais nada a esconder, peça de 15 minutos para 5 pessoas. Para assistir/participar em cada peça o público deve fazer a sua marcação individualmente ou organizar (com a antecedência necessária) um grupo de amigos com o número indicado. Para mais informações sobre os horários das peças e inscrições, contate a bilheteira da Culturgest ou consulte www.culturgest.pt

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