CELEBRAÇÃO é uma festa de dança e performance, desenhada por artistas que
residem, circulam, se encontram e trabalham em Lisboa.
CELEBRAÇÃO propõe, durante 4 dias, espetáculos, conversas e uma festa que
ocupa a Culturgest, e cria uma janela experimental para modos de pensar e agir,
agora e em conjunto.
CELEBRAÇÃO é um programa produzido por artistas que se interessam em criar
espaços de convergência onde o encontro e a ação criem princípios de comunidade
e relações artísticas mais próximas e profundas.
CELEBRAÇÃO não é uma cartografia da Dança e Performance que se faz em
Lisboa, nem um retrato de geração ou de um grupo de artistas enquanto jovens. CELEBRAÇÃO é antes, um convite a olhar
um recorte da diferença e multiplicidade de quem insiste em trabalhar aqui e
agora e em tentar junto uma ideia.
CELEBRAÇÃO é aqui este tempo e é agora este espaço que apresenta vários
mundos artísticos em diferentes momentos da sua experimentação, consolidação e
existência.
CELEBRAÇÃO é um convite a participar num encontro múltiplo de presenças.
Um encontro com o outro, um
encontro com o público, um encontro marcado com Lisboa desenhado num movimento
onde se cruzam afinidades, se estabelecem princípios de experimentação conjunta
e se cria um presente que questiona as condições em que existiremos no futuro
próximo.
Fazem a CELEBRAÇÃO: Andresa Soares, António Júlio, António Pedro Lopes, Cláudio da Silva, Elizabete Francisca, Gui Garrido, Hermann Heisig, João Calixto, Lígia Soares, Márcia Lança, Marianne Baillot, Nuno Lucas, Pieter Ampe, Rita Natálio, Sofia Dias, Teresa Silva, Vânia Rovisco e Vítor Roriz entre muitos outros.
Produção executiva Maria João Garcia
Produção ONE LIFE STAND
Coprodução Fundação Caixa Geral de Depósitos–
Culturgest
Com o apoio Fundação Calouste Gulbenkian,
Goethe Institut-Lisboa, CAMPO (Gent, BE), VAGAR, Máquina Agradável, DemiMonde, alkantara, Bomba Suicida, Conserveira de Lisboa, Grupo Nabeiro-Delta Cafés e Câmara Municipal de Lisboa
Com a parceria Mais Crítica –
Seminário de Formação para Críticos de Artes Performativas, desenvolvido por
Liliana Coutinho e Rui Pina Coelho, a partir de uma iniciativa conjunta de
alkantara, São Luiz Teatro Municipal, Maria Matos Teatro Municipal e Culturgest
PROGRAMA
Os convidados da CELEBRAÇÃO
trazem 1800 Pregos, 30 tábuas, 38 sarrafos, compressor, pistola de pregos, 2
turquesas, a energia inesgotável, porém volátil, de rapazes adolescentes, um
corpo poroso a ligações espaciais e físicas internas e externas de potenciais
(ir)realidades, um agradecimento que provoca uma chuva de legumes, a
aproximação do belo homem à bela mulher ao som da Internacional, relações
coreográficas mediadas, uma sensação de
falha e problema, um exercício de deslocação ou um teste de sobrevivência a uma
ameaça, uma happy hour de rituais
antropofágicos, um forte encontro entre humor e monstruosidade e um monólogo a
três vozes dirigido por uma maestrina.
Qui 1 de Novembro
Abertura Artistas da CELEBRAÇÃO&
Convidados
19h30 · Átrio do Pequeno Auditório·
Os artistas da CELEBRAÇÃO & Convidados inventarão em
colaboração a escrita, a coreografia e a mise
en scène da abertura coletiva desta grande festa.
Morning Sun
Criação e interpretação Márcia
Lança & João Calixto
21h ·
Pequeno Auditório· Morning Sun
coloca em cena a construção de espaços em potência, cenários protagonistas onde
as ações fazem, quase sempre, o papel secundário. É deixado ao espectador o tempo
e o espaço de ler, de criar e completar as histórias que são enunciadas. Neste trabalho,
duas pessoas habitam e constroem espaços, objetos e lugares. Traçam esboços de narrativas
delineando histórias sem nunca as contar. Morning
Sun é um jogo de equilíbrio entre o concreto e o simbólico, um permanente balanço
entre a materialidade de uma situação e a sua capacidade evocativa.
Still Standing You
Coreografia e interpretação Pieter Ampe
& Gui Garrido
22h30 ·
Pequeno Auditório· Dois
anos após Still Difficult Duet, Pieter Ampe e Gui Garrido encontraram-se de novo
no estúdio de dança para criar Still
Standing You. Mas por quanto tempo serão capazes de estar juntos e de, sobretudo,
suportarem-se um ao outro? Com uma grande intensidade física, analisam os
aspetos contraditórios da sua relação: são amigos, rivais, inimigos ou amantes?
Sem qualquer tipo de pudor e com uma grande dose de ironia, Ampe e Garrido
exploram todas as facetas da sua relação, com uma opulência que faz lembrar a
energia inesgotável, porém volátil, de rapazes adolescentes.
Sex 2 de Novembro
Looking Out
Conceito e interpretação Vânia
Rovisco
21h ·
Pequeno Auditório· A
minha meta enquanto artista performativa é cruzar as aptidões adquiridas numa década
de experiência na dança contemporânea. Utilizo a composição coreográfica para aliá-la
às minhas experiências mais recentes em espaços de galerias de arte enquanto criadora
de instalações ao vivo (live installation). Looking Out faz parte dum trabalho mais abrangente que parte da
ideia da estrutura da trilogia. Lugar onde o corpo, a plasticidade e a imagem
se fundirão, realçando ligações espaciais e físicas, tanto internas como
externas, de potenciais (ir)realidades.
Measure It In Inches
Um espetáculo de Marianne
Baillot & António Pedro Lopes
22h
· Pequeno Auditório· Um
discurso de agradecimento. Uma cerimónia de gratidão onde a casualidade de
agradecer um cigarro a um estranho encontra os Óscares e a euphoria dos prémios
desportivos. A gratidão é ritualizada e suspense num recreio de magnificação onde
tudo se tenta sempre “mais do que a vida”, ainda que desesperadamente. Andy
Warhol disse: “não prestes atenção ao que escrevem sobre ti, apenas mede-o em
polegadas”. Imagine-se agora por momentos inverter a régua e converter a medida
da aparência na medida da presença. E concentrarmo-nos num OBRIGADO desmedido, incapaz
de sair de si próprio e de se completar.
Cabaret Curto & Grosso
23h ·
Átrio do Pequeno Auditório· Para
começar há música e um mestre de cerimónias. Depois, vários artistas são
convidados a intervir com números performativos. São peças curtas que urgem do
que cada um importa dizer, cantar, dançar, gritar e demarcar num ambiente informal
e convivial. A única limitação é a duração máxima de 5 minutos.
Sáb 3 de Novembro
Picnic Conversa Afiada
18h ·
Átrio do Pequeno Auditório· A
ideia para a conversa é criar um momento de reflexão sobre como continuar a ser
artista em Portugal e no Mundo. Parece-nos importante que esta reflexão levante
propostas reais de como continuar a criar dialogando com a situação presente.
Nesse contexto, serão propostos vários jogos e formas de se poder conversar em conjunto.
Nada do que dissemos até agora teve a ver
comigo
Direção artística Rita
Natálio
Performers António
Júlio, Cláudio da Silva e Nuno Lucas
20h30
· Sala 1· Projeto
de improvisação dirigido por Rita Natálio para três performers, estreado no Ciclo
DOCUMENTE-SE! na Fundação de Serralves em 2009. Usando como ponto de partida um
conjunto de testemunhos recolhidos através de entrevistas, encontros e apropriações
espontâneas, o resultado final será uma improvisação com o tempo real das histórias
de vida – monólogo a três vozes, linha de montagem de ideias ou concerto de experiências
faladas do mundo.
A Peça Vermelha
Conceção Lígia Soares
Interpretação aluna da
Escola Superior de Dança (a definir)
21h30 ·
Sala 2 · Se
eu quisesse fazer uma peça começava por enunciar que ia fazer uma peça, depois
anunciava-me a mim como autora dessa peça. Não lhe dava logo nome e fazia-a de
uma só vez sem pensar. Porque pensar atrasa a compreensão das coisas profundas.
A profundidade é silenciosa, ou por vezes há música, mas principalmente silenciosa.
Uma peça até pode ser profunda se for gostosa e logo depois comida. Senão estraga-se. E o espetáculo? O
espetáculo deve ser difícil à partida,mas só como um choque inicial, que acorde
os músculos, que acorde a sensibilidade, que desperte a atenção, o olhar, que
acorde o pensamento...E depois? Depois: A aproximação do belo homem à bela
mulher ao som da Internacional.
Um Espanto não se Espera
Conceção e interpretação Elizabete
Francisca & Teresa Silva
22h30 ·
Pequeno Auditório · Duas
figuras com vestes longas semelhantes compõem uma lengalenga de delirious e
queixumes intermináveis enquanto reduzem o mundo (o interior do seu corpo) a
pó. Os “ais” seguem-nas como genes malditos. Resta-lhes a “distração”, a “happy
hour” dos seus rituais antropofágicos de diálogo e jogo para fugir ao aborrecimento
da sua própria repetição.
Dom 4 de Novembro
Jogo das Perguntas
15h30 ·
Sala 1· Um
grupo de pessoas está em círculo sentados no chão e no meio desse círculo há um
microfone; quem vai ao microfone só pode falar através de perguntas; cada
pergunta tem um enunciado relativamente fixo, ou seja, todas as perguntas carregam
pelo menos duas informações que se tornam regra; o jogo deverá ter entre 30 a
60 minutos.O Jogo das Perguntas cria
um tempo partilhado privilegiado de reflexão, imaginação e escuta uns dos
outros.
Uma estadia de 30 min.
Conceção e interpretação Andresa
Soares
17h ·
Pequeno Auditório· Uma
estadia em palco com a duração de 30 minutos em que se utiliza mecanismos
dramatúrgicos intencionalmente desestabilizadores que serviram à criação da
peça Problema Técnico, estreada este ano em Guimarães – CEC 2012, para agora criar uma problemática em
redor do tempo concedido – neste caso 30
minutos.
Não há nada que seja simultaneamente
tão unicamente nosso e tão transcendente a qualquer controlo como o tempo -
aquele que corre. A sua passagem será constante. Ao tempo previsto subtrai-se
aquele que já passou e fica o que resta. Isto se o tempo fosse regular na sua
passagem, objectivo, fiável. E é. Mas o tempo traz expectativa, presente, suspense,
impaciência. Quando vivido, cai no esquecimento e toma a forma do compasso do
coração, da velocidade da respiração, dá espaço a imagens e por isso pára. É
massa para composição e espaço para a sugestão.
Arremesso IV
Direção e interpretação Sofia Dias
& Vítor Roriz
18h
· Sala 2 ·Desde há algum tempo que temos sentido a
necessidade de multiplicar as formas de materialização dos nossos projetos. Uma
tentativa de prolonger o período de vida do material para além da sua
apresentação na black box onde ele encontra uma forma mais ou menos estável. A
ideia para esta performance é submeter o material de um dos nossos espetáculos ou
mesmo de vários a um outro contexto e perceber de que forma é que ele se adapta
e sobrevive. Interessa-nos o lado
imediato
desta experiência e a possibilidade de integrar elementos alheios aos
espetáculos e suprimir outros que eram tidos como fundamentais.
Pongo Land
Coreografia e performance Nuno Lucas
& Hermann Heisig
19h ·
Pequeno Auditório · Pongo Land
é o encontro de dois corpos muito diferentes: os de Nuno Lucas e Hermann Heisig,
autores e intérpretes deste trabalho. Em palco exploram as diferenças, as
semelhanças e as possíveis ou impossíveis relações entre os seus corpos, provocando
um forte encontro entre o humor e a monstruosidade. Eles comparam-se, competem e
copiam-se incessantemente, criando um estado de permanente modulação. Pongo Land confronta os limites da normalidade
humana e a forma como reagimos ao que nos é estranho e diferente.
Conversa balanço e Auto Publicação
20h ·
Átrio do Pequeno Auditório · Ao
longo dos quatro dias do evento CELEBRAÇÃO, uma Redação em Direto dá corpo à
escrita acerca das diversas atividades que estão a acontecer. É também
disponibilizado ao público o “computador da crítica” para fomentar o discurso crítico
através da escrita de textos sobre todas as atividades apresentadas. O
“computador da crítica” expande a possibilidade de escrita de textos pessoais,
que escapa à lógica redutora do comentário e privilegia um discurso sustentado pela
experiência da fruição de um objeto artístico. Assim temos um conjunto de
material escrito por público, artistas, participantes e críticos que será
colecionado e processado para culminar no lançamento de uma Auto Publicação que
cria uma “narrativa” da CELEBRAÇÃO na perspetiva de quem fez e de quem
assistiu.O lançamento desta Auto Publicação será simultaneamente a sua
impressão, no momento em que for solicitada pelo leitor. Seguindo a lógica da
Impressão sob Demanda, o número de exemplares impressos depende diretamente da procura.
Sex 2, sáb 3 e dom 4 de Novembro
O Ato da Primavera
Instalação performativa Lígia
Soares
Sala
3
· Parte
da conceção de uma instalação cénica para levar os espectadores/visitantes a
executarem várias peças curtas. A sua concretização (de natureza coreográfica
ou teatral) estará dependente de uma espécie de interface cénico, criado a
partir de um conceito de encenação que permite a encenação direta, sem ensaios e
sem prévio conhecimento ou contexto por parte do performer. É um projeto
consequente da necessidade de deslocar o espectador do seu papel habitual
inspirado em formas de vanguarda artística que sobrelevaram a necessidade de levar
as pessoas a refletirem sobre o seu posicionamento perante os outros
(sociedade, história e cultura) em relação à própria produção de uma obra como
mero interveniente num mercado artístico. O projeto O Ato da Primavera é constituído por três peças curtas concebidas
para grupos de visitantes/performers em número diferente: Situação embaraçosa,
peça de 8 minutos para 8 pessoas; Não me tirem o sol, peça de 5 minutos para 10
pessoas; Ótimo, não há mais nada a esconder, peça de 15 minutos para 5 pessoas.
Para assistir/participar em cada peça o público deve fazer a sua marcação
individualmente ou organizar (com a antecedência necessária) um grupo de amigos
com o número indicado. Para mais informações sobre os horários das peças e
inscrições, contate a bilheteira da Culturgest ou consulte www.culturgest.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário