2. Dois corpos sozinhos no fim do silêncio, com uma vontade tremida de unificação.1.
Gestos cortados que são tentativas de comunicação.
Parâmetros, parâmetros para tudo.
Fuga da implosão pela alienação. Uma urgência de explosão ao par. Diálogos passageiros.
Silêncios vários. Zonas de desconforto.
Ressaca do luto.
Um funeral de armas com silenciadores.
Dança do isolamento.
Duas vontades para o mesmo fim.
Processos de adaptação dolorosamente lentos.
Um choque que é uma relação de poder, amor e ajuda. Elevação da solidão.
Duas personagens numa relação de violência abstracta com profundas motivações interiores de raiva e auto-consumo.
Distúrbios comportamentais e actos viciantes de esquecimento.
Cafés derramados, beatas de cigarros, cinzas, colecção de unhas cortadas, copos de pelos, olhares no chão, conversas caladas, economia da angústia, um sopro cerebral, dislexia das articulações.
Um desencontro dependente.
Latas de Diet Coke.
Projectos rasgados, montanhas de cds e dvds. Sonhos, vontades, tudo…congelado!
Pés em ferida. 4.
Alienamo-nos para esquecer, como quem se distrai para colmatar a insaciabilidade do vazio. Procuramos existir para os outros, estar presentes. Temos sede de comunicação, ainda que não existam palavras que substituam a companhia de alguém. Esperamos sempre mais um pouco por uma demonstração de amor. Desejamos possibilidades impossíveis. Há silêncios que dizem muito e há momentos em que não se consegue dançar nada. Nada. Pensamentos dominam o corpo inseguro e retraído na pequenez da sua existência global. As presenças são esvaziadas em turbilhão e transformadas em ausências,
vultos,
sombras.
Nada.
Crueldade individual do tempo? Silêncio. O silêncio é uma liberdade ou um incómodo? Uma solidão. Duas. Três. Quatro… A solidão dança?
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